JOSÉ PEDRO CROFT | UNTITLED, 2024

Na origem da criação Humana está o Cromeleque, um dos primeiros monumentos. Aqui, pela primeira vez é criada uma separação do espaço, são definidos limites. Um espaço simbólico/interior, e o espaço profano/exterior. O que anteriormente era um espaço continuo, único, fica agora dividido, através um conjunto de elementos, dispostos em forma circular. Temos agora interior e exterior, o que era natureza, transforma-se em paisagem.

Um enorme salto qualitativo para o entendimento do Mundo. Esta consciência da descontinuidade e dos limites, é uma revolução, limites de espaço e tempo, que de tal forma integrada já não questionamos. Como se sempre tivesse sido assim.

Essas questões primordiais, reinterpretadas nesta instalação escultórica " Sem Título 2024", a saber: Limites físicos/visuais, escala/proporção, tensão/integração, são os assuntos desta obra composta por quatro vidros azuis de grandes dimensões (cerca de 3 x 6 metros) trapezoidais.

Na sua implantação criam   uma "praça", também em forma de trapézio, na clareira pré-existente de um bosque de pinheiros. No seu interior, a cor azul é um filtro que altera a percepção, também um espelho que reflete as nuvens e o bosque.

Monumentais e ligeiros, estes quatro planos de vidro são fixados ao solo por “âncoras" em ferro, que os elevam e determinam a sua inclinação, dando uma sensação de instabilidade e impermanência.